UM BEIJA FLOR, DUAS VIDAS E O AMOR

UM BEIJA FLOR, DUAS VIDAS E O AMOR. Veja...

Em meio ao agitado ir e vir do cotidiano atual imagine se de repente algo inusitado possa alterar a rotina diária de sua vida e de sua. Imagine que de repente você e os membros se sua família percebe que em uma das folhas do mamoeiro que está crescendo no quintal de sua casa, um dos mais notáveis arquitetos da natureza, o beija-flor, construiu seu ninho.

Sendo uma construção não tão comum de se ver, o ninho de beija-flor passou a ser objeto de cuidados e preocupações por parte de Wilma Marinho, Wilza e seu filho em virtude de que tendo sido afixado por fios de teias de aranha, como é de praxe algumas espécies da ave fazerem as construções. Mas, o fato é que alguns problemas começaram a acometer o novo inquilino do dito mamoeiro.

É que de repente a folha foi ficando amarelada, com tendência a secar, por isso poderia vir a cair a qualquer momento e o ninho com os ovos podem ser destruídos eliminando a continuidade da vida para os pequenos seres que ainda nem nasceram. Claro, que podemos supor ou enfatizar apenas que a natureza está seguindo seu curso normal e a seleção natural de Charles Darwin está cumprindo seu papel.

Mas para Wilma e sua família, por que para eles dar uma ajudinha à família daquele beija-flor passou a ser uma meta que tem sido executada com grande empenho. Afinal, já colocaram um apoio de madeira para sustentar a folha do mamoeiro em que está o ninho e também amarram a folha para que não venha a cair e assim o beija flor poderá ter uma chance de chocar seus ovos e garantir a vida de seus filhos, diante da situação adversa exposta acima.

Como disse a Wilma Lúcia Marinho “claro que devemos ajudar outras pessoas, mas ajudar sem ver a quem ou a que, faz parte, principalmente para garantir a vida”.

 

Miniarquiteto: O Beija-Flor e seu ninho

A área construída, geralmente circular, com um raio de 3 ou 4 centímetros, poucas vezes alcança 10 centímetros quadrados. E a construção é tão frágil quanto poderia ser — amarrada com fios de teia de aranha, coletados com paciência nos jardins ou nas matas, e colados com saliva sobre materiais quase tão leves como o ar. Os mais comuns são chumaços de paina, fiapos de musgos e líquens, e lascas tiradas da raiz ou da casca de diversas plantas. Esse é o material exigido pelos cinco projetos de ninho, idealizados pelos beija-flores. A classificação foi feita pelo naturalista capixaba Augusto Ruschi — especialista em beija-flores, mais conhecido por sua morte trágica, intoxicado por uma rã venenosa, em 1986.

Basicamente, os ninhos seguem duas fórmulas. Alguns, empregados por mais de vinte espécies no Brasil, têm a forma de um cone, como um chapéu de bruxa de ponta para baixo. O segundo tipo, mais comum, lembra uma pequena tigela de porcelana. A forma, no entanto, não é tudo. Os ninhos não são meros depósitos de ovos — são habitações. Por isso, com o tempo, diferentes aves aprenderam a construí-los com as adaptações necessárias ao seu modo de vida e ao ambiente em que residem. Os ninhos de estilo cônico, por exemplo, catalogados por Ruschi em duas categorias, refletem uma adaptação ao clima.

Na primeira categoria estão os ninhos de regiões quentes. Feitos apenas com finas raízes e fibras vegetais, exibem um trançado de rede que deixa o cone bem ventilado, a ponto de se verem os ovos pelo lado de fora. Já na segunda categoria, usam-se materiais macios e espessos, tais como a paina, que não deixam frestas, desnecessárias em clima mais ameno. Nos dois casos, os ninhos balançam-se o mínimo possível, equilibrando-se com admirável precisão sobre a folha. Esta ainda lhes dá proteção, seja porque os recobre, em parte, ou porque se confunde com eles, servindo de camuflagem contra os predadores.

Os três tipos de ninho em forma de tigela não têm problema de equilibrio. Alguns são montados na parte superior de uma folha rígida, e ficam como que a cavalo sobre ela, sempre na horizontal. Os dois outros tipos, em lugar de uma folha grande, são apoiados em ramos ou em raízes finas. Em média, a construção de qualquer ninho dura de cinco a dez dias e é responsabilidade exclusiva da fêmea. “Acredita-se que em duas ou três espécies o macho divida a tarefa com a fêmea, mas não se sabe ao certo”, esclarece o especialista alemão Rolf Grantsau, autor do livro Os beija-flores do Brasil. Há trinta anos pesquisando essa família de aves no Brasil, ele aposentou-se e desligou-se da vida universitária, mas continua ativo como naturalista. Até onde se sabe, a fêmea põe o primeiro ovo ao término da construção, ainda antes dos últimos retoques. Há beija-flores que decoram o fundo e as bordas do ninho com líquens vermelhos, para que essa cor, aos poucos, passe para os ovos. Brancos, levemente rosados, estes acabam camuflados pela tinta dos líquens.

O segundo e derradeiro ovo é posto um ou dois dias depois do primeiro e ambos se quebram após quinze dias, em média. Os filhotes são desprovidos de penas e têm as pálpebras cerradas até o oitavo dia, quando a mãe, finalmente, deixa de sentar-se sobre eles. Dependendo da espécie, os pássaros adultos podem ter de 6 a 20 centímetros, e pesar de 1,5 a 20 gramas. Em liberdade, vivem uma média de oito anos, e até quinze anos em cativeiro. Sua habilidade mais conhecida é o vôo”. Texto de Januária Cristina Alves / Super Interessante

Por Márcio Rubens

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Historiador, Blogueiro e Criador de Conteúdo Digital...

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