PROJETO SOLETRANDO EM PERSPECTIVA
PROJETO SOLETRANDO EM PERSPECTIVA. Veja...
Vez ou outra temos vivenciado e observado certos projetos que acontecem no município de Óbidos ao longo dos anos em que os coordenadores das atividades visam através de diversos métodos e objetivos favorecer o aumento dos índices de aprendizado dos alunos nos educandários locais, indo até na contramão dos aspectos adversos que puxam a qualidade da educação para baixo, aqui e Brasil afora.
Perceber o empenho de Profissionais da Educação que mesmo em situações complexas e desfavoráveis, em que as estruturas educacionais das escolas possuem parcos recursos para desenvolvimento de atividades e para o incentivo de políticas satisfatórias que visem a qualidade, as vezes sem apoio administrativo, onde o empenho de profissionais fogem ao descaso de valorização e à organização institucional que se vê, em que temos: salas super cheias, negando os discursos e as teorias de todos os maiores pensadores da área da Pedagogia, em que os padrões definem o oposto do que temos de fato, onde vemos hoje, salas superlotadas com 43, 35 alunos e até com casos extremos de lidar com alunos que possuem necessidades especiais, mas muitos desses profissionais, de áreas afins, não participaram de uma única formação continuada, por não poder sair do ambiente institucional devido ao cumprimento das demandas escolares e da forçosa tradição educativa. E o que é pior ainda, sua formação profissional não o qualifica a esse fim, ou seja, o governo define a inclusão, mas, não cumpre seu papel de qualificar os profissionais e não crias as condições estruturais necessárias para o atendimento integral da demanda.
Para piorar vimos nos últimos dias a Ministra Carmem Lúcia desobrigar o Governador do Estado do Pará a Não Pagar o Piso Salarial Nacional aos Professores. Por isso, esses Profissionais da Educação ressentem-se pela falta de política pública voltada ao estímulo financeiro e também ao estímulo de projetos inovadores, há também a falta de cuidado com profissionais e alunos devido a condição em que são postos onde alunos com “deficiências diferentes” ocupam o mesmo espaço, quando as regras institucionais definem que pode haver apenas um, afinal, os profissionais tem que lidar com o que nunca tiveram formação específica para dar conta dos casos postos. É preciso que a instituição cuide melhor dos Profissionais da Educação, pois assim poderão estar mais aptos a lidar com as múltiplas demandas da Escola e dos educandos.
Claro que acontecem diálogos em que impera a sugestão determinante de que “O aluno ou aluna são sua responsabilidade educador, logo, você tem que dar conta”. Concepção retrograda, positivista e ultrapassada em que o profissional da educação tem que assumir a responsabilidade de ocupar o papel da família e nem tanto ter o ônus de ensinar a ciência cuja esse referido profissional obteve formação, ralando anos e anos com os próprios recursos normalmente. O educador tem que ser mais que profissional de área, tem que orientar até sobre aspectos da educação primeira que cabe à família.
Ora, quando todos os principais pensadores da área da pedagogia de renome nacional e internacional alertam para a necessidade de termos menos alunos por sala para podermos obter maior qualidade na educação, não entendemos como é possível a aceitação de algo diferente disso nas instituições escolares, o que ocorre o tempo todo, lamentavelmente…
Quanto menos alunos houver em uma sala de aula melhor será a relação professor-aluno e consequentemente a relação ensino-aprendizagem, esta é a referência essencial, dos maiores pedagogos do País e Mundo afora, mesmo assim, somos levados a aceitar salas superlotadas e mal estruturadas, desgastando sobremaneira o instrumento essencial do educador, a voz, que é um dos maiores problemas de saúde para esses trabalhadores chegando a um índice alto em que em cada 10 professores 06 tem problemas de voz.
Aliado a esses fatores juntam-se ainda, violência contra professores, estresse do dia a dia – afinal, não é fácil lidar com 40 pessoas diferentes a cada 90 minutos, quando entendemos o quanto não é fácil lidar com algumas em casa.
Além disso, temos salários atrasados, não pagamento do piso, altas CH para dar conta de pagar os débitos com a expectativa de condição social melhor. Por isso, vemos que ao final de cada semestre a maioria dos Profissionais da Educação estão exaustos, muitos estão doentes, precisando de descanso, o que não acontece integralmente, afinal, estarão se preparando para o próximo ciclo de bimestres.
Mas, mesmo diante de todo o exposto, sem a devida valorização e respeito, e ainda assim, vemos Profissionais da Educação optarem por atividades outras em que o objetivo seja melhorar o desempenho e o aprendizado de alunos que tem ou não dificuldades, mas que precisam e merecem o empenho de todos os docentes que os conduzem em relação dialógica ou de inter-relação que primam pela qualidade e melhoria do desempenho desses mesmos alunos e que favoreçam com que os índices da escola, a sua escola, sejam a cada ano melhor. Ahhhh… esses profissionais merecem com certeza, no mínimo, nosso respeito e todos os méritos relativos ao trabalho desenvolvido.
É nesse sentido que vemos o Projeto Soletrando executado pelas professoras Cláudia Cristina Rocha Rodrigues e Tátia Fabrine de Souza Bello com os alunos do 4º e 5º ano e que está sendo realizado na Escolas Guilherme Lopes de Barros que possui como objetivo geral o fato de “Incentivar, motivar os educandos através de uma competição saudável, visando a ampliação do vocabulário, compreensão do significado e ortografia correta das palavras, bem como, proporcionar uma oportunidade de envolvimento maior dos pais na interação com seus filhos, estimulando-os no desenvolvimento dessa habilidade”.
Assim, diante de tamanha adversidade e os Profissionais da Educação mantém a preocupação de fazer seu papel com empenho, dedicação e competência. Ora, feliz a sociedade e o jovem que encontra profissionais com essa mentalidade…
Parabéns à educadoras(res) e aos membros da diretoria das Escolas que possibilitam com que projetos dessa natureza possam acontecer.
Mesmo assim, os Profissionais da Educação Precisam e merecem mais cuidado e respeito… Boas Férias…
Por Márcio Rubens
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