O BRASIL DO FUTEBOL E DA PSEUDO REALIDADE
O BRASIL DO FUTEBOL E DA PSEUDO REALIDADE. Veja...
Pareceu que seria difícil, mas o espírito de brasileiros focava sempre na ideia de que “brasileiro não desiste nunca”. Tudo dentro de uma enorme normalidade que evidenciava aspectos corriqueiros desse povo que mesmo passando as mais diversas diabruras nos últimos tempos, estava lá, defendendo pelas redes sociais, TV, nos diálogos e encontros não tão casuais de organizar bolões, bebidas, tira gosto e tudo o mais que a criatividade e o bolso, mesmo em tempos de, ah, é Copa do Mundo temos que dar um jeito.
Tudo isso para acompanhar o time que representa a nação, de propósito não colocamos o referencial no verde e amarelo tão simbólico nesta Pátria, para não confundir com ideologias prós e contras, vermelhos ou amarelos que tem sido tão comuns nesta terra e tem gerado muito diálogo, bom e ruim, ao longo dos últimos dois anos.
Não importam ideologias ou pensamentos vãos, o que interessa é o tão desejado “équiça”, opa… E lá vai a defesa tendo sufoco, e lá vão os belgas grandalhões fazendo as oportunidades e o sonho ficando pela metade devido ao efeito de um gol reverso e o sonho foi ficando distante, distan, dista.., dist.., dis.., di.., d.., ..
Em meio à escalação com algumas alterações em relação ao jogo anterior, que negou aquela máxima que define “em time que está ganhando não se mexe”, mas, o professor é o personagem que de fora do campo define as regra e até quem joga ou não no início ou durante o desenrolar do esperado show, mas esse desejado futebol não aconteceu, lembrando certo filme, faltou o gingado brasileiro, faltou a característica do futebol alegre e brincalhão que é a marca e referencial deste povo, lembremos Garrincha, Pelé, Lembremos de Denilson e lembremos ainda de tantos e tantos jogadores que tiveram o referencial de entortar, de driblar, de mandingar o adversário que na melhor das hipóteses ficava desconcertado ou então no chão.
As vezes penso que vivemos um momento de grande transformação e ao mesmo tempo de perda de identidade, pois, quando queremos fazer o jogo estilo europeu, negligenciamos nossa origem, nosso gingado, nossa raiz de povo misto e que em muito temos características de negro, branco e índio, não se trata de aceitação ou não, se trata do quesito fundamental, quem te deu as características foram teus pais, mas e aí, vais negar pai e mãe?
De certo que podes dizer que agora os sul americanos estão fora da Copa na Rússia, e que há apenas times europeu na disputa e portanto isso pode garantir ou definir que eles são superiores no quesito futebol… à primeira vista, por estarem ainda na disputa sim. Mas, culturalmente, não…
Ora, o que nos pareceu com bastante evidência, se considerado o caso brasileiro é o fato de que em poucos jogos nesta copa o Brasil jogou com sua característica fundamental, a alegria, o gingado envolvente que ao tocar a bola, gingar e brincar o adversário fica bastante desnorteado…
Por outro lado, em meio a tantas perdas que os brasileiros tiveram nos últimos anos, a conquista de um título mundial poderia maquiar nossa real situação e vir a fazer parecer que está tudo bem, o que lamentavelmente não é verdade. Assim, que a derrota sirva para que o povo possa cair na real, pois é um aspecto fundamental e necessário neste momento…
A partir do final do jogo e a eliminação dos brasileiros vimos nas redes sociais e Tv pessoas praticando ações das mais medíocres em que as críticas ao jogador Fernandinho, por exemplo, extrapolam os limites da humanidade e evidenciam características de preconceito racial que mostram ainda mais o porque estamos fora do Mundial e estamos sofrendo tantas perdas neste país; não valorizamos, não respeitamos, queremos tudo a qualquer custo, mesmo que o preço seja a destruição psicológica, da dignidade, do direito, das conquistas, da moral do outro.
Deixemos o hexa para outro momento, cuidemos de nossa mentalidade e também de nossos problemas sociais, raciais, políticos, culturais, ideológicos, econômicos, religiosos, administrativos… Mas, devemos cuidar principalmente de nossa humanidade.
Por Márcio Rubens
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